Trabalho híbrido: profissionais desejam a liberdade de poder escolher

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O regime de trabalho híbrido – presencial e remoto – cresceu na pandemia e, mesmo com a vida voltando ao normal, ele se consolidou. Segundo a pesquisa “O Futuro do Trabalho no Brasil”, realizada pelo IDC Brasil a pedido do Google Workspace, agora que não há mais necessidade de trabalhar de casa por motivos sanitários e de saúde pública, esse modelo mais flexível se tornou a chave para aqueles que procuram equilíbrio pessoal e profissional. Na prática, os profissionais querem a liberdade de escolher.

A IDC Brasil conversou com quase 1,3 mil colaboradores de grandes empresas brasileiras de diversos setores e tamanhos. De acordo com o levantamento, 56% dos entrevistados estão trabalhando de forma híbrida, enquanto 25% estão totalmente presencial e 19%, completamente remoto. Das pessoas que estão no regime híbrido, 82% já estão de forma definitiva – ou seja, decidido e comunicado pela empresa a seus funcionários – e 76% trabalham de casa 2 ou 3 dias por semana.

Segundo o estudo do IDC Brasil/Google, não é coincidência a preferência dos trabalhadores pelo regime híbrido: 81% dizem que o modelo aumenta a capacidade de se adaptarem rapidamente às mudanças que acontecem todos os dias, e 75% ganharam bem-estar e saúde mental depois que começaram a trabalhar em casa e no escritório. Por fim, 58% dessas pessoas também afirmam que se sentem muito produtivas no modelo híbrido.

“Quando olhamos do ponto de vista da empresa, vemos que os empregados desenvolvem um senso de responsabilidade e autonomia muito importante, e conseguir resultados mesmo fora do olhar da gestão mostra maturidade, comprometimento e organização. Também há o ganho financeiro: o empreendimento precisa de um espaço menor, o que demanda menor investimento”, detalha Ricardo Haag, sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.

Por outro lado, quem está buscando emprego também tem dado preferência para a vagas com o formato de trabalho híbrido: 36% dos entrevistados consideram este fator importante. No entanto, na hora de escolher um emprego, ainda tem maior peso pontos como manutenção da qualidade de vida (51%), plano de carreira (49%) e remuneração e benefícios (38%).

Quando perguntados se trocariam a posição atual por uma híbrida (com manutenção de benefícios e salários), aceitariam 65% dos profissionais trabalhando presencialmente e 54% dos estão no formato remoto.

Gestão mais afiada

Para Haag, se o trabalho cria este senso de responsabilidade e liberdade nos colaboradores, por um lado, para os gestores, exige melhor organização e um olhar mais atento.

“Como nesse modelo as pessoas se encontram poucas vezes na semana, é necessária a existência de um cronograma mais organizado. O gestor precisa fazer isso. Acredito, inclusive, que deveria ser assim também no presencial”, destaca o especialista.

Os gestores de negócios ainda têm outros dois desafios: o nível de confiança na equipe e a estrutura necessária para executar as tarefas de casa.

“Nem todos empregados conseguem funcionar remotamente, e nem todos os líderes se sentem confortáveis para lidar dessa maneira. Uma parte deles quer estar presente, analisar a produção e saber que o funcionário está rendendo da melhor maneira”, afirma o sócio da Wide: “A única maneira de superar esse entrave é conquistando a relação de confiança entre gestor e trabalhador”, ele completa.

No trabalho híbrido, o fomento e cultivo da cultura organizacional também é impactado.

“Acredito que essa é a grande perda para todos os envolvidos. Quando a empresa opera presencialmente fica muito claro a sua cultura, o seu propósito, o objetivo em comum. Disseminar isso é muito importante para todos os negócios e, em uma jornada híbrida ou virtual, isso pode ser realmente difícil de se fazer, enfraquecendo as relações e trazendo perdas para a empresa”, explica Haag.

Além disso, muitas empresas perdem as relações de amizade entre seus funcionários quando o trabalho é remoto. E trabalhar onde você gosta e com quem você gosta influencia diretamente nos resultados obtidos. A pesquisa aponta que 46% dos entrevistados sentem dificuldade em construir relações com colegas de trabalho, indo apenas alguns dias ao escritório.

“Uma maneira de conseguir solucionar essa questão é criando confraternizações, fazendo reuniões de resultados presencialmente, eventos de happy hour mensal, criando momentos para que as pessoas possam reagir pessoalmente e criar essas relações”, ensina o dono da boutique de recrutamento e seleção.

Por fim, 83% dos profissionais no modo híbrido consideram alta ou muito alta a colaboração em sua área ou departamento; e 81% consideram alta ou muito alta a colaboração na empresa como um todo. Em nível pessoal, os trabalhadores sentem que estão colaborando mais e melhor: 90% consideram sua capacidade de colaborar como alta ou muito alta. Além disso, entre aqueles que estão no formato híbrido, 45% dizem que colaboram mais quando estão remotos.

Fonte: CNDL
Reportagem: Luís Adolfo Barbosa
Edição: Fernanda Peregrino

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