7 coisas que todos precisam saber sobre home office

O Home office hoje é um dos grandes temas quando o assunto é trabalho do futuro. E como o assunto é relativamente recente no Brasil, acho importante esclarecer certos pontos, e até mitos, sobre o trabalho realizado remotamente. Vamos a eles:

1. Home office não significa trabalho em casa

Apesar desta ser a tradução literal do termo, no Brasil ele define de forma genérica o trabalho que é realizado em espaço alternativo ao escritório da empresa. Este local pode ser, ou não, o escritório em casa. Uma pessoa pode trabalhar “home office” em cafés, hotéis, aeroportos, táxis, parques… ou em casa.

2. Não é para todo mundo

Infelizmente nem todo profissional pode trabalhar home office.

Quem é empreendedor e quer permanecer com uma empresa enxuta ou somente testar a viabilidade de uma ideia, pode abrir sua empresa na garagem de casa e começar a trabalhar. Já quem é colaborador de uma empresa depende de uma série de fatores para ser candidato a este formato de trabalho.

Em primeiro lugar, a empresa onde ele trabalha deve possuir um programa que permita esta modalidade. Ou ter planos de implementar um piloto.

Depois, existe a restrição de atividades. Algumas tarefas exigem que o colaborador vá até o local de trabalho todos os dias da semana. Isso ocorre quando as ferramentas que ele utiliza para executar seu trabalho não podem ser retiradas da empresa (por não serem portáteis, serem perigosas ou sigilosas). Outro motivo é quando o trabalhador depende da interação exclusivamente presencial com outras pessoas, de dentro ou de fora da empresa, todos os dias da semana.

E, finalmente, existe a regra dos três perfis: ambiente de trabalho, família e colaborador devem possuir as características necessárias para que o teletrabalho seja realizado de forma adequada e producente. Um profissional que é movido a chefe, montou seu home office na cozinha ou não tem uma família colaborativa, por exemplo, terá dificuldade para trabalhar remotamente.

3. Home office não é um jeito fácil de ganhar muito trabalhando pouco

Quando alguém procura o termo “home office” nas ferramentas de busca, aparecem muitas ofertas de “trabalhe sem sair de casa”. São promessas de renda extra onde o candidato tem a possibilidade de receber valores atrativos trabalhando somente algumas horas do dia. Obviamente, há sempre uma taxa de inscrição envolvida no processo. Na maioria das vezes, estas ofertas não passam de “esquemas” onde a única pessoa que trabalha pouco e ganha muito é a pessoa que está vendendo a promessa.

Existem duas maneiras de efetivamente trabalhar em casa: como empreendedor/autônomo, ou como contratado de uma empresa. Se você pretende abrir uma empresa home based, ou trabalhar em casa como autônomo, prepare-se para muita dedicação. Quem é seu próprio chefe sabe muito bem que o expediente não acaba no final do dia e a semana muitas vezes não termina na sexta-feira.

Se você trabalha em casa para uma empresa, a chance é grande de que também passe a trabalhar mais do que no escritório tradicional, já que as horas antes perdidas no trânsito acabam sendo revertidas em mais produtividade. Além disso, no trabalho remoto não existem as pausas para o cafezinho ou as interrupções dos colegas: trabalha-se de forma mais contínua e, portanto, mais intensa.

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4. Nem todo dia é dia de home office

Quem trabalha em home office não fica longe da empresa 100% do tempo. Na realidade, o mais comum em programas de teletrabalho é que o colaborador fique remoto em torno de dois a três dias na semana. E mesmo quem trabalha todos os dias no home office precisa comparecer em reuniões presenciais na empresa no mínimo a cada 15 dias.

5. Pijama e pantufa não combinam com home office

Trabalhar em home office exige uma grande dose de profissionalismo e esta atitude começa na hora de se vestir para trabalhar. Quem trabalha em casa e fica de pijama, ou sem camisa, acaba refletindo este desleixo na qualidade de suas tarefas. Se o hábito faz o monge, um traje não profissional pode contaminar a seriedade do trabalho e reduzir a credibilidade e até a auto-estima do colaborador. Esta insegurança pode acabar vindo à tona, principalmente na hora de falar com os clientes ao telefone. Em casos extremos, o comportamento relapso no home office pode levar até à depressão.

Isto não significa, claro, que seja necessário colocar terno e gravata todos os dias. O importante é trabalhar com uma roupa confortável, mas que transmita uma atitude profissional para si mesmo e para os outros. Inclusive preparando o colaborador para atender a uma eventual reunião de última hora por vídeo-conferência. Camisa pólo e jeans, por exemplo, são coringas. Maquiagem leve para as mulheres e barba aparada para os homens também ajudam na inspiração e na motivação.

6. O home office não é um mar de rosas…

Muita gente acha que se começar a trabalhar em home office vai poder dormir até as onze horas da manhã, passear no shopping quando bem entender, beber uma cervejinha com os amigos no meio da tarde. E trabalhar quando sobrar um tempinho.

Mas para funcionar com produtividade, o home office exige um grande auto controle e uma dose extra de disciplina. Disciplina para lidar com “tentações” como a geladeira e a TV a dez passos de distância, disciplina para saber a hora de começar e de terminar o expediente, disciplina para organizar o espaço de trabalho e para gerenciar o andamento de suas tarefas e não se perder nos prazos.

Além disso, trabalhar em casa pode gerar uma sensação de isolamento, problemas familiares e queda de concentração por conta de ruídos domésticos, distrações, demandas de filhos e cônjuges.

Felizmente, a maioria dos desafios do home office têm solução fácil e rápida. Nos próximos artigos vou receitar os principais remédios para as eventuais mazelas do trabalho remoto.

7. …mas é o melhor lugar do mundo para trabalhar

Apesar dos desafios, quem consegue administrar seu tempo e produzir com qualidade no home office acaba trabalhando melhor e aproveitando muito mais a vida. Com o trabalho remoto evitam-se as várias horas e o enorme estresse causados pelo trânsito no trajeto entre casa e trabalho. O tempo que o colaborador ganha escapando dos congestionamentos pode ser utilizado para praticar esporte, acompanhar um filho no médico, relaxar, ou até mesmo adiantar as tarefas para garantir tempo livre em outro momento. Com a redução do stress no trânsito e a possibilidade de controlar a qualidade da própria alimentação, quem sai ganhando é a saúde do colaborador. Além disso, trabalhar em home office aumenta a motivação e reduz interrupções de colegas e reuniões desnecessárias, aumentando a produtividade. Bom para o colaborador, melhor ainda para a empresa que o emprega.

Muita coisa evoluiu desde que comecei a trabalhar home office e pesquisar sobre o assunto, há dez anos atrás. Porém, muitas questões ainda permanecem, causando dúvidas, estranheza, polêmica e até preconceito. Por isso a importância de lançar uma luz sobre o tema. Se todos encararmos o trabalho remoto com a devida seriedade, em pouco tempo teremos uma situação similar a de países como EUA, Inglaterra e Índia, onde esta modalidade já faz parte do cotidiano e traz benefícios para milhões de empresas e trabalhadores.

Afinal, trabalho é algo que se faz, não um lugar para onde se vai.

Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios
* Conteúdo publicado originalmente no Go Home

 

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