A categoria de telefones celulares foi a que mais sofreu tentativas de fraudes online no ano passado. É o que aponta o “Mapa de Fraude 2020”, estudo desenvolvido pela ClearSale, empresa especializada em soluções antifraude para segmentos como e-commerce, mercado financeiro, telecomunicações, entre outros.
De acordo com o levantamento, ciberfraudes envolvendo os telefones móveis respondem por 4,24% e também foi a que mais teve representatividade em volume, com 15,1% da amostra total. Na segunda colocação, temos Produtos Automotivos (2,22%), com Alimentos vindo terceiro (2.10%), Eletrônicos em quarto (1,99%) e Informática em quinto (1,93%).
Segundo Omar Jarouche, diretor de marketing da ClearSale, a preferência por celulares entre os fraudadores se dá pela alta procura e liquidez que esses itens oferecem. “O principal incentivo para o alto volume de fraudes envolvendo os celulares é o mercado secundário. É muito fácil revender os aparelhos”, afirmou Omar Jarouche, diretor de marketing da ClearSale. “O criminoso compra um telefone e, em horas, ele já passou aquilo para frente, o dispositivo já tem outro dono e o fraudador já embolsou o dinheiro. É tudo muito rápido. A liquidez desse tipo de produto e a dificuldade para bloquear esses telefones obtidos ilegalmente, por exemplo, via IMEI, são belos incentivos para que essa categoria apareça ano após ano como a mais visada para golpes”.
Pandemia fez o número de fraudes online disparar
O estudo da ClearSale aponta ainda que, após a chegada da pandemia em no ano passado e o aumento sensível do número de transações online, disparou também os números absolutos de fraudes online. O documento indica que a quantidade de tentativas de golpes aumentou em 53,61% em comparação a 2019.
Ainda que seja um aumento sensível, e esperado, trata-se de uma proporção menor em relação ao crescimento geral do setor digital. Em 2020, o aumento no número de pedidos foi de 73,84% em comparação ao ano passado. Já em valor total de pedidos em reais, a alta foi de 74,15%. No entanto, o ticket médio envolvendo fraudes no período foi alto: R$ 1.002. Trata-se do dobro do visto em transações legítimas. Segundo a ClearSale, como os fraudadores não vão pagar e querem alta liquidez na revenda, eles não se preocupam com os preços.
Ainda assim, considerando os valores das fraudes em reais, foram R$ 2,78 de tentativas de golpe a cada R$ 100 em pedidos no ano passado, contra R$ 3,37 em 2019, uma queda de 17,5%.
Região Norte é a que mais teve tentativas de fraude no país
A pesquisa da ClearSale aponta que a região Norte foi a que teve o maior índice de tentativas de fraude, com pouco mais três investidas a cada 100 pedidos, o que equivale a 3,52%. A região Centro-Oeste vem em segundo lugar, com 2,13% do número de tentativas de golpes, seguido por Nordeste (2,05%), Sudeste (1,29%) e Sul (0.76%).
Em um olhar mais detalhado, o documento indica que o Acre é o estado onde ocorre o maior número de tentativas de fraudes online, inclusive no Brasil, com índice de 4,33%, em número total de pedidos de 96.631. O Tocantins vem em segundo lugar, com 3,78% (247.705 pedidos), seguido pelo Amazonas, com 3,77% (366.935 pedidos). Pará (3,41% – 1.070.399 pedidos), Rondônia (3,28% – 208.492 pedidos), Amapá (3.20% – 78.643 pedidos) e Roraima (2,65% – 49.422 pedidos).
No entanto, considerando números absolutos, a região Sudeste ficaria com o maior número de fraudes no Brasil, já que a área concentra a maioria dos pedidos.
Mega vazamento de dados não deve impulsionar número de fraudes
O mega vazamento de mais de 223 milhões de CPFs e outros dados, descobertos no final de janeiro, não deve ampliar o número de fraudes para 2021, segundo a ClearSale. De acordo com Jarouche, mesmo com mais pessoas com suas informações expostas, a companhia não espera um grande aumento nas ocorrências de golpes. Isso porque, do ponto de vista de ataques, para o fraudador, o acesso a esses dados nunca foi um gargalo:
“O cara que vive de golpes, na maioria das vezes, é um profissional. Ele sempre consegue obter essas informações, seja sendo o gerador primário desses dados, por meio de golpes de engenharia social, como, por exemplo via phishing, seja comprando esses dados de terceiros”, explica o executivo. “Esse mercado da fraude envolve e faz girar diversas verticais, como os criadores de sites falsos para revenda, as pessoas que colocam essa página no ar e, claro, aqueles que obtêm esses dados, entre outros papeis. Eles nunca tiveram problemas em acessar essas informações. Esse vazamento é só mais uma fonte”.
Fonte: CanalTech
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