Tecnologia ajuda lojas a conhecer clientes pelo nome

Programas de reconhecimento facial também podem ser úteis para identificar a idade e o sexo dos clientes Reprodução/BBC

Imagine que você entra em uma loja onde nunca entrou antes e é chamado pelo nome por um vendedor que não conhece.

Celebridades podem estar acostumadas a esse tipo de tratamento VIP, mas se você não é famoso, a intimidade pode parecer um pouco estranha.

Apesar disso, programas de reconhecimento facial já permitem que vendedores saibam a seu respeito assim que você põe os pés em uma loja.

Empresas como a gigante de tecnologia japonesa NEC e a FaceFirst, baseada na Califórnia, oferecem sistemas que usam câmeras instaladas na entrada das lojas para identificar os clientes.

Via Facebook

Quando um cliente importante ou um comprador em potencial é detectado pelas câmeras, a equipe de vendedores recebe mensagens de texto para garantir que eles darão atenção especial à pessoa.

“O vendedor pode se aproximar de você, oferecer-lhe um capuccino e mostrar as coisas pelas quais você pode se interessar”, diz Joel Rosenkrantz, diretor-executivo da FaceFirst.

Mas antes que o sistema comece a funcionar, ele tem que ser alimentado com imagens. A pergunta óbvia é: de onde elas viriam?

“É fácil conseguir fotos de pessoas famosas, e as fotos de outros clientes em potencial viriam do Facebook“, diz Rosenkrantz.

“Se uma marca tem 10 mil curtidas em sua página no Facebook, você poderia usar os perfis de todas as pessoas que curtiram.”

Também seria possível conseguir fotografias de pessoas que têm contas no site da loja, se eles se cadastrarem pelo Facebook ou se tirarem fotos de si mesmos para seus perfis no site.

“Você pode dizer a seus clientes que, se eles concordarem em colocar suas fotos (em suas contas no site), ganharão um cupom de desconto ou perguntar se eles concordam que sua foto do Facebook seja usada”, explica o executivo da FaceFirst.

A japonesa NEC define seu sistema como uma maneira de “identificar a presença de visitantes importantes, sejam eles esperados ou não”, mas o sistema da FaceFirsté usado atualmente para reconhecer pessoas que fazem pequenos furtos e alertar as equipes de segurança.

Segundo Rosenkrantz, usar seu programa dessa forma pode diminuir as perdas no estoque em 25% ou mais.

Publicidade customizada

Programas de reconhecimento facial também podem ser úteis para identificar a idade e o sexo dos clientes, mesmo que não seja possível identificar um indivíduo específico.

A empresa de alimentos Mondelez International, baseada em Chicago, estaria desenvolvendo “prateleiras inteligentes”, que podem mostrar mensagens customizadas para públicos específicos quando as pessoas observam os produtos em exibição nos supermercados.

Se o sistema identifica uma jovem pegando um refrigerante diet, por exemplo, poderia mostrar uma mensagem dizendo que a bebida tem apenas uma caloria.

“Há algumas situações que provam que os resultados podem ser extraordinários”, diz Tony Stockil, diretor-executivo da consultoria de estratégia de vendas Javelin Group.

Como exemplo, ele cita uma campanha na Alemanha em que uma empresa criou mensagens específicas para homens de certa faixa etária em uma estação de trem, lembrando a eles que o dia seguinte era o Dia dos Namorados. O resultado foi um grande número deles comprando presentes de última hora.

Estamos de olho

Muitas marcas também estão experimentando com iBeaconsdispositivos de Bluetooth capazes de detectar e registrar a localização de smartphones que têm o aplicativo da empresa instalado enquanto o dono do celular visita a loja ou simplesmente passa diante dela.

Os donos dos smartphones podem receber ofertas ou descontos especiais que os deixem tentados a comprar, seja na loja física ou online.

Já a empresa alemã Mook Group está usando iBeacons de uma maneira diferente em um de seus restaurantes.

Os iBeacons no restaurante Zenzakan, em Frankfurt, funcionam de maneira semelhante ao Foursquare, registrando no aplicativo do restaurante sempre que o cliente for ao local.

Quanto mais vezes um cliente visita o restaurante, mais alto é o seu “status Mook” no aplicativo – que pode ir de “cliente” e “novato” a “gourmet ambicioso” e “conhecedor viciado”.

“O que eu fiz foi usar iBeacons para transformar uma experiência de luxo em um jogo”, diz Joel Martinez, diretor de tecnologia do Candylabs, a empresa de marketing de internet que criou o aplicativo. Os dados sobre as visitas ficam gravados apenas no telefone do cliente, segundo ele.

Isso significa que as pessoas não são reconhecidas automaticamente quando entram no local. Se elas quiserem receber os benefícios a que o status Mook dá direito, elas precisam “se apresentar”, mostrando seu status no aplicativo para os funcionários do restaurante.

“Privacidade é muito importante”, conclui Martinez. “Não queremos que os clientes pensem que o restaurante está monitorando seus movimentos – queremos manter a privacidade deles.”

Fonte: R7

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