O WhatsApp é utilizado para realizar os mais diversos golpes, desde os que prometem descontos em lojas até os que oferecem benefícios do governo. Uma prática que tem se tornado comum envolve a clonagem do número do celular para criminosos se passarem por outras pessoas.
O método é mais sofisticado e tem atingido até mesmo integrantes do alto escalão do governo federal. Entre eles, estão os ministros Carlos Marun (Secretaria de Governo), Osmar Terra (Desenvolvimento Agrário) e Eliseu Padilha (Casa Civil).
Um levantamento do UOL aponta que mais de 20 políticos já foram afetados, sendo a maioria deputados federais. Para serem bem-sucedidos, os cibercriminosos precisam ter acesso a sistemas das operadoras de telefonia que permitem transferir o número para um chip ao qual eles têm acesso.
Em seguida, a conta do WhatsApp é migrada para o novo aparelho. Como o aplicativo recupera seu nome e sua foto, é possível manter conversas com seus amigos e familiares. Em alguns casos, os fraudadores têm acesso até mesmo às mensagens antigas, o que facilita o golpe.
Com a posse da conta, eles perguntam qual aplicativo de banco às pessoas próximas a você utilizam. Na conversa, os criminosos explicam que precisam fazer um pagamento com urgência, mas já esgotaram o limite de transferências.
Eles, então, pedem para a pessoa fazer o pagamento e prometem devolver o dinheiro no dia seguinte. Para seus amigos, trata-se realmente de você, já que o histórico da conversa no smartphone deles permanece inalterado. Ao atenderem o pedido, estão transferindo o dinheiro para as contas dos fraudadores.
Infiltrados
Para a Polícia, o golpe conta com o apoio de pessoas que estão dentro das operadoras. Em março deste ano, a governadora do Paraná, Cida Borghetti, também foi vítima do golpe. As investigações mostraram que criminosos no Maranhão tinham acesso a um login administrativo da Vivo em São Paulo.
Com ele, puderam transferir o número de Cida para um novo chip. A prática, que não se restringe a uma operadora, já atingiu também usuários de TIM e Oi. Com foco nas pessoas com mais dinheiro, os fraudadores se baseiam em informações como o valor do plano.
Caso a pessoa pague um plano família de R$ 600, por exemplo, eles pressupõem que seus amigos terão uma condição financeira parecida e poderão realizar os pagamentos.
Para diminuir o risco de sua conta ser clonada, o WhatsApp liberou em 2017 a verificação em duas etapas. A opção permite que você cadastre uma senha de seis dígitos que será exigida sempre que houver uma tentativa de login.