Marca sul-coreana volta a revolucionar a imagem com lentes que imitam o olho humano
Para enfrentar o iPhone X da Apple, a Samsung se volta para a câmera. A maior fabricante de celulares do mundo mais uma vez atrai todos os flashes no dia que antecedeu a inauguração do Congresso Mundial de Celulares (MWC, na sigla em inglês), em Barcelona na Espanha, ao mostrar em um superevento seu novo carro-chefe, o Samsung Galaxy S9, e seu irmão mais velho, o S9+. Ambos com um design que dá continuidade ao de seus antecessores, mas melhorando notavelmente as câmeras, capazes de gravar em câmera lenta e de se adaptar à luz, como o olho humano.
A empresa sul-coreana, que domina o mercado mundial com uma fatia de 20,9%, colocou todos os seus esforços na renovação de seu aparelho de destaque na equipagem da câmera, em que afirma ter incorporado técnicas de inteligência artificial. Quer dar resposta a um mundo onde a comunicação se torna cada vez mais visual. E ocorre que, segundo dados da Samsung, em 2017 os usuários de smartphones tiraram 1,2 trilhão de fotos em todo o mundo, compartilharam diariamente 5 bilhões de emojis e outro 1 bilhão em GIFS.
Daí que os dirigentes da Samsung destaquem que a câmera do Samsung Galaxy S9 passou de “uma simples câmera para se tornar um gerador de conteúdos”, graças a várias novidades incorporadas ao aparelho. Por exemplo, sua tecnologia Super Slow motion permite gravar vídeo em câmera superlenta, alcançando 950 frames por segundo, algo que até agora somente a Sony havia conseguido. Além do mais, pode fazer isso tanto no modo automático (quando o celular detecta movimento) como de forma natural, quando o usuário decide ativá-la voluntariamente.
Sem medo da escuridão
O novo smartphone da Samsung “tampouco tem medo da escuridão”, graças às melhorias que incorpora em sua lente e seu sensor. A primeira atua como as pupilas do olho, abrindo-se mais ou menos (f/1.5 o f/2.4) em função da luz que houver. E o sensor capta até 12 imagens quando o entorno está muito escuro com a finalidade de oferecer a melhor foto combinada possível, o que reduz as interferências em até 30%. Quando houver muita luz, predomina a qualidade, mas quando há pouca, a aposta é na redução de distorções, algo que conseguimos fazer com fluidez graças ao fato de a câmera ter sua própria memória RAM.
O Galaxy S9, que a marca lança depois do sucesso do Note 8, chega com uma só câmera, enquanto o S9+ inclui uma câmera dual. Uma das lentes é uma grande angular e a outra, uma teleobjetiva. Os aparelhos, que também serão um sério rival para o Pixel 2 XL do Google, para muitos o celular com a melhor câmera no mercado, também recorrem às suas lentes para explorar outra novidade: os usuários podem tirar sua própria foto, utilizando tecnologia de realidade aumentada, para criar avatares em 3D, personalizados e animados com expressões realistas (até 18). Uma vez criados, podem ser utilizados em redes sociais, e-mails ou aplicativos de mensagem instantânea.
O Galaxy S9 e o S9+ também se vangloriam de ser “mais inteligentes” que os antecessores porque, a partir da própria câmera e utilizando o assistente virtual Bixby, podem agora dar em tempo real informações sobre o clima (ao se direcionar a câmera para cima), dizer onde se está (se ela é voltada para baixo) ou quantas calorias tem o prato ao qual se aponta com a objetiva. Pode até mesmo proporcionar a receita do prato. Os dois celulares também são capazes de traduzir informação a partir de uma imagem sem necessidade de introduzir o texto no celular.
Os dois modelos são os primeiros que chegam ao mercado com o processador Exynos 9810, com oito núcleos de capacidade de aprendizagem profunda com base em redes neuronais. Um avanço que permitirá, em tese, gastar menos bateria. Além disso, o equipamento é mais seguro, segundo a empresa sul-coreana, porque o chip incorpora uma unidade de processamento seguro independente. E por combinar o reconhecimento facial com o sistema de scanner de íris, que já tinham em gerações anteriores.
O novo carro-chefe da Samsung conta ainda com alto falantes estéreos frontais com certificação AKG, a marca especializada em som, e com tecnologia Dolby Atmos.
A empresa parece ter mudado de estratégia, ao introduzir mais diferenças entre seus modelos Galaxy S9 e o S9+. Desde os S6, a Samsung lançava dois aparelhos quase gêmeos, com diferenças restritas ao tamanho da tela e à bateria. Desta vez, além disso, foram adicionadas diferenças em memória RAM e na mencionada câmera.