Embora seja uma norma respeitada, muitos passageiros não sabem o motivo de não poder atender a chamadas no celular durante um voo, e isso está diretamente relacionado com a segurança, uma vez que os aparelhos emitem ondas eletromagnéticas que podem causar interferências nos instrumentos do avião. É uma possibilidade muito remota, mas, ainda assim, é melhor prevenir do que remediar.
É válido ressaltar que as regras propostas pela FAA (a Agência Reguladora da Aviação Americana) em torno das chamadas telefônicas no avião têm apresentado resultados, ou seja: nenhum acidente ocasionado por esse motivo foi registrado até agora. O congresso dos Estados Unidos tornou ilegal as chamadas de voz durante voos em meados do ano passado.
De acordo com a lei de Reautorização da FAA de 2018, “o Secretário de Transporte tem a obrigação de emitir regulamentos para proibir um indivíduo em uma aeronave de se envolver em comunicações de voz usando um dispositivo móvel de comunicações móveis durante um vôo daquela aeronave”, mas a tripulação de voo e os assistentes estão isentos. Ao contrário do que parece, a lei não se limita a apenas chamadas telefônicas, pois fazer uma chamada pelo FaceTime ou pelo Skype enquanto estiver no voo também é proibido.
Antes que o assunto em pauta fosse a própria segurança, a lei era proposta por causa do conforto dos passageiros. “Passageiros conversando em seus dispositivos móveis nos pequenos limites de um avião pode tornar o voo muito mais desconfortável”, observa o senador Ed Markey, em entrevista ao portal norte-americano Cult of Mac. “Os passageiros não devem sofrer com as conversas de outras pessoas, e as tripulações de voo não devem ser interrompidas durante a execução de suas importantes tarefas de segurança”, o senador enfatiza.
Um ponto interessante dessa lei é que as próprias operadoras de celular prestam total apoio, visto que se alguém realiza uma ligação a 11 mil metros de altitude a 1.000 km/h, o sinal passaria por dezenas de torres de transmissão. Permitir isso significaria, para as operadoras, a revisão de vários acordos nacionais e internacionais de roaming, uma dor de cabeça que elas preferem evitar, então a regra acaba sendo útil para as operadoras também.