Encerrar simultaneamente os aplicativos abertos no celular pode ser, para alguns, até divertido. Como num passe de mágica, fazemos sumir tudo. Diferente do que muita gente pensa, porém, isso não ajuda a economizar bateria nem deixa o aparelho mais rápido.
Na maioria dos iPhones, basta clicar duas vezes no botão home, até que as janelas dos aplicativos apareçam empilhadas, e depois deslizar com o dedo para cima para fechar cada app. No Android, você clica no botão “multitarefas”, geralmente o terceiro dos botões virtuais no pé da tela, em forma de quadradinho, e também pode deslizar em cada um para os lados para fechar.
Mas, de acordo com engenheiros da Apple e do Android, fechar os aplicativos abertos em segundo plano pode até ajudar a consumir mais energia.
O vice-presidente de engenharia da Android, um dos membros fundadores da equipe do Android no Google, Hiroshi Lockheimer, disse no Twitter há algum tempo que isso “pode até piorar as coisas”.
Isso porque tentar enganar o algoritmo que gerencia o aparelho, desenhado para otimizar o uso de energia, pode desacelerar o sistema. É, segundo ele, melhor deixá-lo agir por conta própria.
O diretor-executivo da Apple, Tim Cook, afirmou que aplicativos que estão em segundo plano não comprometem de nenhuma maneira a bateria do iPhones. Por isso, não faz sentido encerrá-los repentinamente.
Mas qual é a lógica dessa afirmação?
Diferentemente do muita gente pensa, esses aplicativos não consomem a bateria.
Manter suspenso o sistema operacional, seja iOS ou Android, permite que você os mantenha exatamente como os deixou quando os estava usando. Se o aplicativo é encerrado à força, vai obrigar o sistema a reiniciar o processo caso o app seja aberto outra vez, consumindo o dobro de energia sem necessidade.
Para especialistas o que justifica encerrar um aplicativo de repente é em caso de falha inesperada no sistema ou vírus.
Se não for o caso, é melhor deixar o software do celular atuar por conta própria. Os algoritmos dos celulares são criados para gerir de forma eficiente a memória do aparelho.
@pierce @mcwm @MarcusDPK @qz could very slightly worsen unless you and algorithm are ONE (you kill something, system wants it back etc)
— Hiroshi Lockheimer (@lockheimer) 14 de março de 2016
1) Sem funcionamento (o app não está aberto)
2) Ativo (está aberto na tela e em uso)
3) Inativo (fase de transição: está aberto na tela, enquanto se faz outra coisa)
4) Background (pode ficar ativo, realizando operações em segundo plano por até 10 minutos)
5) Suspenso (fica em segundo plano sem fazer absolutamente nada)
“Alguns aplicativos, como os que reproduzem música, os que exigem uso de microfone ou que acionam a localização do usuário são identificados pelo sistema e não são suspensos quando vão para o modo background”, explica em seu blog a empresa de software Solid Gear.
Isso acontece graças aos algoritmos, explica o jornalista David Pierce. Segundo ele, o sistema sabe quais aplicativos que precisam ser fechados, geralmente são aqueles que não foram usados por um tempo ou estão usando mais bateria ou memória do que deveriam.
Esses algoritmos “sabem muito bem quando você vai precisar de mais dados ou quando é necessário reiniciar um aplicativo“.
“É melhor deixar o sistema funcionar para você em vez de forçá-lo a reiniciar e abrir os aplicativos o tempo todo. Além da questão da bateria, ela pode tornar o telefone mais lento”, acrescenta o jornalista.
Como economizar bateria?
Especialistas orientam que reduzir o brilho da tela ou desativar os sinais de wi-fi e o bluetooth são maneiras mais eficientes de poupar bateria e otimizar o uso do aparelho.
Outra estratégia é desativar o uso de dados ou usar o modo de pouca energia. Desativar a geolocalização de aplicativos também ajuda, este último também ajuda a manter a privacidade.