Sundar Pichai, CEO do Google, anunciou recentemente em um evento para editoras em Paris, na França, o lançamento do recurso Accelerated Mobile Pages (AMP), páginas móveis aceleradas, em português.
Como o próprio nome diz, a ferramenta aumenta a velocidade de carregamento das páginas em dispositivos móveis. O conteúdo original, com imagens, vídeos e textos, dos sites é simplificado a partir de um novo código para melhorar a usabilidade.
Em termos práticos, isso significa que os usuários não precisarão mais esperar vários minutos para que possam ler um artigo na web.
Grandes nomes da imprensa mundial, como The New York Times, The Guardian, BBC e El País já fecharam parceria com o Google.
No Brasil, 24 sites decidiram utilizar o AMP, entre eles, a Exame.com e outros veículos da Editora Abril. Folha de S. Paulo e Editora Globo são outras companhias que decidiram se unir ao Google. Segundo a empresa, o Twitter terá links para páginas AMP ainda em março deste ano.
Para se ter uma noção do quão rápido é o carregamento das páginas AMP, o Pinterest realizou alguns testes. Neles, os artigos que usam o recurso carregaram 4x mais rápido e usaram 8x menos dados do que uma página tradicional para smartphones e tablets.
Desse modo, além das páginas serem aceleradas, elas gastam menos dados do plano de telefonia móvel e, consequentemente, menos dinheiro sai do bolso do usuário.
No entanto, vale ressaltar que o AMP funciona apenas em smartphones. O Google informou que ainda não há data para a implementação da tecnologia em tablets.
Em funcionamento
O projeto foi desenvolvido em AMP HTML, um formato de código aberto criado com tecnologias já existentes na internet. Ele facilita a implementação do recurso pelas empresas midiáticas.
Em uma publicação no blog oficial da empresa, um engenheiro do Google disse que ainda há muito trabalho pela frente. Porém, “foi emocionante ver como a indústria se uniu para trabalhar neste objetivo comum de tornar a web móvel grande para todos”.
Para utilizar o recurso, os usuários devem digitar um assunto na barra de pesquisa do Google em seu smartphone. Por exemplo, ao escrever “lava-jato”, um carrosel de notícias relacionadas ao tema irá aparecer no topo da página, no lugar da ferramenta “notícias principais”.
Como a transição para a nova tecnologia leva um tempo, em alguns smartphones ainda não é possível ver o recurso em funcionamento. Porém, segundo Newton Neto, gerente de parcerias de produto do Google, isso é questão de tempo.
Concorrência
Além do Google, outras duas grandes empresas de tecnologia lançaram recentemente soluções para o carregamento de páginas móveis. Uma delas é o Facebook, que divulgou no início de 2015 o recurso Instant Articles.
A principal diferença entre a ferramenta do Facebook e o AMP é a restrição de uso. O Instant Articles funciona apenas dentro do app da rede social, enquanto o recurso do Google está disponível para todos os browsers, desde o Chrome até o Safari.
Já a Apple aprovou um aplicativo para iOS que bloqueia anúncios no navegador Safari, em aplicações nativas, no Apple News e até no Facebook. Isso gerou muita discussão nos meios de comunicação, já que boa parte do modelo comercial de sites depende da receita gerada pela publicidade.
O vídeo abaixo (em inglês) mostra como funciona o AMP: