Atualmente, os displays fabricados com LED, OLED e AMOLED não são mais tão misteriosos para os consumidores. Mesmo assim, é preciso ter em mente que as tecnologias de telas não pararam no tempo e continuam recebendo cada vez mais recursos — ao mesmo tempo em que ganham mais espaço no mercado. Com isso, é preciso saber também que continuam surgindo novas variedades dessas tecnologias.
O que antigamente era apenas um display LCD, hoje pode ter diodos de emissão de luz (LED) para fazer com o brilho seja maior. Esses diodos podem ser orgânicos (OLED) e podem ainda contar com matrizes ativas (AMOLED) ou passivas (PMOLED). Mais do que isso, podem apresentar estruturas de vidro comuns e também estruturas plásticas (P-OLED)… Mas espera! Este nome é novo para nós!
E é mesmo! As telas de OLED Plástico ainda não estão no mercado internacional, mas é questão de tempo para que isso mude. Há grandes chances de que já em 2016 ou 2017 os primeiros smartphones cheguem ao mercado com a tecnologia. Está curioso para saber qual é a diferença desses displays? Então confira agora mesmo a explicação que trouxemos neste artigo.
Por que orgânico?
O conceito de “orgânico” não é novo, mas talvez ainda seja um pouco confuso. Assim como você aprendeu nas aulas de química, os LEDs do OLED são compostos por camadas de compostos carbônicos. E por que usá-los? Porque eles emitem luz própria e de uma maneira bem mais eficiente do que os emissores que precisam de outras estruturas.
Quando estimulado eletricamente, os diodos emitem luz em milhões de cores e com potência suficiente para dispensar a utilização de backlights — o que faz os televisores de LED serem apenas LCD com mais iluminação. Essa ausência é também o que permite que a espessura das telas OLED seja tão reduzida. Em suma, sem luz de fundo, algumas camadas do aparelho são deixadas de lado.
E onde entra o plástico?
Por padrão, os painéis OLED são revestidos por estruturas de vidro — tanto na parte inferior quanto na superior, sendo isso o que os consumidores tocam quando fazem suas ações nos smartphones. A camada superior é chamada de “selagem” e a inferior, de “substrato”, sendo estruturas bastante rígidas e resistentes, mas que apresentam pouca maleabilidade para as fabricantes. É nesse momento que surgem as possibilidades trazidas pelos OLEDs Plásticos.
As principais vantagens que são prometidas pelo novo material estão nas possibilidades de construir painéis mais finos e flexíveis. Isso acontece porque toda a estrutura é modificada: em vez de uma camada TFT (Transistor de Película Fina) de vidro, os OLEDs, o vidro de encapsulamento e o polarizador, tudo é resumido ao TFT plástico, OLEDs já encapsulados e o polarizador.
Como você pode ver na imagem acima, há uma grande redução na espessura de todo o sistema — se formos comparar com um display LCD comum, as reduções são ainda maiores. No final das contas, isso permite que os aparelhos surjam com bastante leveza e espessura mínima, sendo que ainda podem ser aplicados recursos de flexibilidade avançada para os dispositivos.
Plástico ou polímero
Apesar de já estarmos ouvindo o “P” como plástico desde que a LG começou a investir na tecnologia, é preciso dizer que a origem dela está nos “polímeros”. Os OLEDs comuns são criados com partículas bem pequenas de materiais orgânicos, enquanto os P-OLEDs são fabricados com polímeros maiores, com substâncias plásticas.
Telas flexíveis já no mercado
Você já deve ter visto o smartphone LG G Flex 2. O aparelho conta com tela curva e flexível de 5,5 polegadas, permitindo que os usuários tenham bastante conforto na utilização. Essa curva no display só é possível porque a fabricante optou por utilizar a tecnologia P-OLED para o dispositivo. Essa flexibilidade permite que ele tenha também um design regenerativo, o que traz bastante segurança.
Vale dizer que esse aparelho ainda conta com Gorilla Glass, por isso os usuários percebem a presença de vidro no aparelho — não apenas plástico. Também da LG, o smartwatch G Watch R conta com a mesma tecnologia P-OLED, que traz flexibilidade e resistência para o relógio inteligente. Nos próximos anos, há grandes chances de que a LG coloque vários outros dispositivos com o P-OLED no mercado.
É possível que outras fabricantes partam para o mesmo segmento em breve. Ainda não há como afirmar quais serão elas nem quando os novos dispositivos vão ser lançados, mas, analisando outras tendências dos últimos anos e a aceitação que o OLED Plástico vem recebendo, fica difícil imaginar que ela fique restrita a uma única fabricante — lembrando ainda que a própria LG pode licenciar o produto para outras empresas, como a Apple.
E no futuro?
Recentemente, vazou uma suposta imagem de roadmap da LG que mostrava os possíveis passos da empresa no mercado de P-OLED. De acordo com o vazamento, entre 2013 e 2015 os investimentos da fabricante coreana estariam na produção de smartphones com telas curvas e levemente flexíveis, sendo que isso também poderia ser levado para os wearables.
A partir daí e para os próximos anos, há a informação de que a LG também estaria planejando tablets com displays mais maleáveis — com planos para que produtos automotivos surjam com a tecnologia avançada. E de 2017 em diante, grandes expectativas estão nas possibilidades de telas dobráveis e “enroláveis” — será que algum dia isso poderá ser levado às televisões?
Não confundir com PMOLED
É bem importante não confundir as telas P-OLED com telas PMOLED. Enquanto as primeiras são tudo o que descrevemos neste artigo — compostas por diodos orgânicos encapsulados em plástico —, as segundas são OLEDs comuns ativadas por matriz passiva. Isso significa que são displays de OLEDs com ativação indireta de pixels.