Análise publicada recentemente mostra que a internet ainda é pouco utilizada como ferramenta complementar de ensino e aprendizagem nas escolas públicas brasileiras. O documento, produzido pelo NIC.br e pela MegaEdu com base no Censo Escolar 2021 feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostra que o número de escolas conectadas cresceu, mas na maioria, a internet não é utilizada para fins educacionais.
A análise constata que, em 2011, apenas 44% das escolas públicas estavam conectadas à rede, e uma década depois, essa porcentagem saltou para 78%. Apesar do aumento, em 2021, somente 49% afirmaram possuir internet para fins educacionais, nos processos de ensino e aprendizagem (e não somente para fins administrativos).
Esta não é a única deficiência em conectividade das escolas onde chega banda larga. Hoje também o NIC.br revelou estudo que mostra velocidade média de conexão muito aquém das necessidades mínimas dos alunos e professores.
Desigualdades regionais
Outro ponto destacado é que as escolas com internet não estão distribuídas de maneira uniforme no território brasileiro. Enquanto nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, mais de 90% das escolas públicas declararam ter acesso à internet, esse percentual cai consideravelmente nas regiões Nordeste (70%), e Norte (45%).
As desigualdades são especialmente evidentes quando comparadas as realidades das escolas urbanas e rurais. “Enquanto 95% das escolas públicas urbanas brasileiras reportaram ter acesso à internet, no caso das escolas rurais, esse percentual é de apenas 51%. Essa mesma disparidade também pode ser vista quando olhamos a realidade de cada estado individualmente. Porém, vale ressaltar que, mesmo diante da discrepância apresentada, alguns estados da região norte do país têm percentuais de acesso à internet tão bons quanto o que verificamos em estados da região sudeste. É o caso da rede estadual urbana de Rondônia e de Tocantins, ambos com 100%”, explica Cristiane Millan, analista de projetos do NIC.br e autora da análise.
O documento enfatiza também que é possível “verificar diferenças entre as dependências administrativas, sendo que o percentual de escolas conectadas é maior entre aquelas das redes estaduais se comparadas às das redes municipais” e que apenas 2% das instituições da rede privada não contam com acesso à rede. Por fim, defende a “urgência de um processo de universalização, que possibilite que todos os estudantes tenham acesso à internet e às oportunidades que proporciona”. A análise completa pode ser lida aqui.
Fonte: Telesíntese
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