Inteligência artifical analisa tempo de uso do celular por políticos durante assembleias

Quem está acompanhando a CPI da Pandemia já deve ter notado que, enquanto não estão falando, muitos senadores parecem mais engajados nos próprios celulares do que nas discussões que estão acontecendo na sessão. Isso também vale para outras esferas políticas, com essa distração sendo o alvo do trabalho do artista belgo Dries Depoorter.

Com a ajuda de sistemas de machine learning, ele está analisando as transmissões ao vivo do parlamento do governo flamengo, de forma a identificar o uso contumaz de smartphones. A plataforma é capaz de reconhecer o representante distraído e a utilização do aparelho, usando um perfil no Twitter para chamar a atenção do representante publicamente.

O resultado do trabalho está nos perfis The Flemish Scrollers, no Twitter e Instagram, que iniciaram suas atividades nesta semana. A ideia, afirma Depoorter, é apontar para a forma como os trabalhos no parlamento são conduzidos, apesar de o próprio artista admitir que a inteligência artificial não é capaz de identificar o uso exato do smartphone. O político pode estar no Instagram ou, então, fazendo anotações e checando e-mails pertinentes à sessão, podendo receber uma chamada indevida de atenção.

Além disso, o responsável pelo perfil ressalta o aspecto invasivo de sistemas desse tipo e diz que parte do seu trabalho é focado na privacidade. Ele afirma que um de seus objetivos é alertar os representantes sobre o risco do uso da inteligência artificial em vigilância ostensiva e invasiva, gerando brechas na liberdade individual de cada cidadão, principalmente em ambientes de trabalho. Na visão de Depoorter, quando os próprios legisladores se tornam os alvos, eles podem pensar de forma diferente sobre o assunto.

Por enquanto, o governo da Bélgica não se pronunciou sobre o assunto e, se não estiverem cientes ainda sobre as publicações, logo estarão.

Fonte: CanalTech

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