Cientistas criam aplicativo que pode diagnosticar crianças com autismo

Pesquisadores da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, desenvolveram um aplicativo para smartphones que pode detectar se uma criança pequena, ainda considerada bebê, está no espectro do autismo. O app, segundo os cientistas, tem potencial de se tornar uma ferramenta de diagnóstico precoce e de baixo custo.

O aplicativo foi desenvolvido para avaliar os padrões dos olhares das crianças que serão testadas, enquanto elas assistem a filmes curtos que são produzidos estrategicamente para o diagnóstico, adaptados para um iPhone ou iPad. Então, visão computacional e aprendizado de máquina conseguem determinar se a criança olha mais para os humanos nos vídeos ou para os objetos.

Geraldine Dawson, coautora do estudo e diretora do Duke Center para autismo e desenvolvimento cerebral, conta que é possível diagnosticar bebês com autismo porque eles prestam atenção ao ambiente de forma diferente, enquanto não se atentam às pessoas. “Essa é a primeira vez que somos capazes de fazer esse tipo de avaliação usando apenas um smartphone ou um tablet. O estudo serviu como prova e estamos muito encorajados”, diz a pesquisadora comemorando a conquista.

Os filmes desenvolvidos para o aplicativo foram projetados especialmente para conseguir detectar para onde a atenção da criança é guiada. Entre os filmes, por exemplo, estão imagens de uma mulher alegre que rodopia de um lado da tela, enquanto um objeto que ela segura domina o outro lado. Crianças que não estão no espectro do autismo observaram com atenção toda a tela, mas focando mais na pessoa.

Já as crianças que posteriormente foram diagnosticadas com o autismo se concentraram mais no lado da tela que apresenta um objeto. Essas diferenças nos padrões são cruciais para o diagnóstico precoce da condição, que pode facilitar o descobrimento das mudanças que precisarão ser feitas o quanto antes na rotina da família para o bem-estar da criança.

O uso do rastreamento ocular já havia sido usado anteriormente para o diagnóstico do autismo, mas é a primeira vez em que não é preciso de um equipamento especial para isso. “É incrível o quão longe chegamos para conquistar essa habilidade de rastrear o olhar fixo usando um dispositivo comum que muitas pessoas têm no bolso”, conta o principal autor do estudo, Zhuoqing Chang.

Para ler o artigo científico completo, clique aqui.

Fonte: CanalTech

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