O Google anunciou que ainda neste ano testará o mercado para seu celular modular, no qual as peças podem ser trocadas facilmente pelo dono.
O programa piloto ocorrerá em Porto Rico, onde os aparelhos serão vendidos por meio de lojas itinerantes.
A empresa acredita que este novo modelo pode ter manutenção mais barata e ser mais interessante para consumidores que desejam customizar seu telefone.
Mas ainda há dúvidas por parte de analistas do mercado se ele será bem aceito pelo público.
“Estes módulos podem incluir câmeras, alto-falantes, baterias, telas, processadores, antenas, sensores para monitorar o nível de açúcar no sangue, projetores de imagens, feixes de laser e uma série de outros itens que podem ser acoplados ao celular por meio de ímãs”, explica Jon Erensen, da consultoria Gartner.
“Uma dúvida que resta é se este tipo de telefone modular ficará limitado a um público de nicho ou se terá apelo para os consumidores em geral.”
No vídeo em que anuncia o piloto do Projeto Ara, nome da iniciativa, o Google diz que o objetivo é fazer um modelo voltado para as cinco bilhões de pessoas que ainda não têm um smartphone.
A empresa realizou um evento no mesmo dia para exibir o mais recente protótipo.
Ele tem um modem de internet 3G e é compatível com outros tipos de antenas. O processador usado nele permitiria criar um celular com uma performance melhor e mais espaço para dados e programas, segundo o diretor do Projeto Ara, Paul Eremenko.
Novo design
A ideia de um celular modular começou a circular no mercado com uma empresa chamada Phonebloks, em 2013.
Pouco depois, a companhia anunciou uma parceria com a fabricante de celulares Motorola, na época uma empresa de propriedade do Google.
Quando a Motorola foi vendida à fabricante de computadores chinesa Lenovo, no início de 2014, o Google manteve para si a divisão de Tecnologia e Projetos Avançados, na qual o Projeto Ara estava em desenvolvimento.
O Google planeja ter entre 20 e 30 módulos disponíveis para acoplar no telefone quando o programa piloto for lançado, segundo relatórios de consultorias, e já tem 11 deles prontos.
A empresa afirma que este novo design de smartphone aumentará a vida útil do aparelho, porque o consumidor poderá substituir suas partes em vez do telefone inteiro.
No vídeo, o Google deu um exemplo disso ao mostrar uma tela rachada sendo retirada e trocada por uma nova.
Também mostrou como o celular pode ser customizado por quem quiser uma bateria mais potente ou um tipo diferente de câmera, por exemplo.
O site de tecnologia The Verge testou o aparelho e afirmou que o “hardware parece ser consistente, graças à capa de alumínio e aço na qual os módulos são encaixados”.
Mas acrescentou: “Por sua vez, os módulos parecem leves demais e feitos de plástico, o que gera uma sensação estranha ao segurarmos o telefone”.
Tendência
O Google disse ter escolhido Porto Rico porque o território americano está à frente de uma tendência mundial: cerca de 75% dos acessos à internet é feita por aparelhos móveis, como smartphones e tablets, e há mais de 3 milhões de celulares de diferentes tipos em uso na ilha.
Ainda acrescentou que, como Porto Rico está sob a jurisdição da Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos, trabalhará com este órgão para criar regras para este novo tipo de smartphone.
“Porto Rico é uma porta dos Estados Unidos para o mundo”, afirmou o Google.
“É uma cultura bilíngue. Tem um bom sistema de telecomunicações, de logística e de comércio. Criou zonas de livre comércio, que podemos usar para importar módulos para desenvolvedores de todo o mundo.”
O programa piloto do protótipo atual, o Spiral 2, está programado para o segundo semestre deste ano e será usado para testar o preço e a performance do aparelho.
Ao mesmo tempo, engenheiros trabalham no próximo protótipo.
Fonte: R7