Uma pesquisa apontou que até 2017 os smartphones executarão diversas tarefas próprias aos humanos de forma igual ou melhor que a turma dos Homo sapiens sapiens. Esse dado gera uma reflexão: seria esse um dos motivos pelo qual a tecnologia nos “oprime”? Veja bem, as aspas estão aí porque a tecnologia é apenas um meio, não é a causa, mas o efeito.
Uma reportagem da The Economist, sobre o comportamento jovem, que apontou as novas gerações como alienados, infelizes, obesos e “escravos” dos Netflix da vida nos leva a um novo questionamento: em um mundo em que se descobre que a automação é possível em quase todos os níveis da vida corporativa e privada, fica a pergunta existencialista: qual é a nossa função dentro desse cenário?
Provavelmente nenhuma. Simplesmente porque não precisamos mais ter esse tipo função, no entanto, nosso papel não é menos importante: hoje nossa função é social e, por esse motivo, precisamos desprogramar o modus operandi pós Revolução Industrial, mecanicamente dinâmico, automático, do nosso comportamento e reaprender a existir. Apenas a partir disso poderemos absorver a tecnologia e vivê-la intensamente, aproveitando o que ela tem de melhor, aquilo que não podemos mais ser.
* Paula Furlan é editora de conteúdo online do Grupo Padrão.
Fonte: Consumidor Moderno