A proporção de usuários na internet que compõem famílias das classes C, D e E no Brasil ficou estagnada entre 2020 e 2021, cenário que ocorre pela primeira vez em dez anos. A análise é com base nos dados da TIC Domicílios, pesquisa amostral do Comitê Gestor da Internet no Brasil sobre o uso de tecnologias da informação e inclusão digital.
Desde 2011, a inclusão digital de brasileiros mais pobres vinha crescendo de 1 a 7 pontos percentuais ao ano, mas o número não avançou no pós-pandemia (confira a tabela completa mais abaixo).
De acordo com o levantamento, a população conectada na classe C era de 85% em 2020, número que se manteve no ano passado. Já entre pessoas das classes D e E, 66% tinham acesso frequente à internet em 2021, representando recuo de um ponto percentual comparado ao ano anterior.
O estudo considera como usuários apenas aqueles maiores de 10 anos de idade, com acesso à rede há menos de três meses da data da pesquisa, realizada no segundo semestre do ano passado. O número de internautas frequentes em todo o país chega a, aproximadamente, 148,3 milhões e aqueles fora da web são 35,5 milhões. Veja os dados:
Celular como ferramenta de inclusão social
A pesquisa mostrou que a tendência de domínio das redes móveis se mantém no país. Quanto menor a renda da população, maior é a dependência do celular como único equipamento para acesso à internet, passando de 80% dos conectados nas classes D e E em 2017, início da série histórica deste quesito, para 89% em 2021.
A predominância dos smartphones também cresce entre os mais ricos. O uso exclusivo dos smartphones para navegar entre pessoas da classe A era de, apenas, 8% em 2017, mas alcançou 32% em 2021. Veja:
Internet na área rural
No campo, a proporção de moradores que nunca tiveram acesso à internet caiu de 79% em 2011 para 18% em 2021. Atualmente, 73% daqueles que vivem em área rural são usuários, o que equivale a, aproximadamente, 18,3 milhões de pessoas.
O celular é a única opção para navegar para 83% dos internautas que não estão em área urbana. Esse número era de 72% em 2017, início da série histórica, e 79% antes da pandemia, em 2019.
A falta de conectividade no campo é um dos pontos de “atraso” no país destacados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em relatório divulgado recentemente, sobre transição digital.
Fonte: TeleSíntese
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