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O futurista John Smart prevê um futuro não muito distante em que todos poderão ter um “gêmeo”. Mais do que isso: em 5 anos, na verdade, todos poderão ter uma espécie de clone digital, capaz de reproduzir suas ações e emoções e até mesmo interagir com pessoas em seu lugar.
O pesquisador diz que “quando morrermos, nossos filhos não irão até as nossas tumbas; eles irão ativar nosso gêmeo digital e falar com eles” em entrevista ao Business Insider.
De acordo com ele, a tecnologia não está muito distante disso. Para que isso acontecesse, o “eu computadorizado” teria de ser receber o input da escrita do usuário e dos e-mails arquivados, informações dos dispositivos vestíveis, como pulseiras e relógios inteligentes e respostas verbais para continuar aprendendo os hábitos de compras, aprendizado, comunicação e até mesmo como a pessoa vota. Tudo isso para poder reproduzir este comportamento sem necessidade de intervenção do gêmeo original.
A tecnologia ainda não está neste ponto. Para que a ideia possa evoluir, ainda é necessário avançar em duas áreas principalmente: interfaces de conversação e mapas semânticos.
No primeiro ponto, já estão sendo vistos avanços claros nos últimos tempos, basta lembrar de Google Now, Siri e Cortana. No entanto, estas não são as únicas empresas que trabalham nisso. O segundo também está evoluindo. Por exemplo, você pode perguntar “Quem é a presidente do Brasil” e o Google Now irá responder corretamente. Em seguida, você pode perguntar “Qual é a idade dela?” e a idade da presidenta Dilma Rousseff aparecerá. Ou seja: o sistema é capaz de criar um mapa da conversa para saber o contexto da frase sem que necessariamente você precise repetir “presidente do Brasil” ou “Dilma Rousseff”.
O fato é que o reconhecimento e interpretação da fala e conversação das máquinas está melhorando. O exemplo dado por Smart é o Watson, supercomputador da IBM que literalmente fica mais inteligente com o tempo, conforme ele é alimentado com informações. Ele chegou a ganhar uma competição na TV do jogo Jeopardy, algo quase impossível para uma máquina; no game, o jogador é apresentado com uma resposta e precisa formular uma pergunta para qual aquela resposta sirva, com base em algumas dicas.
No princípio, a transição será leve. Com uma frase, você poderá falar para seu “agente digital” uma frase como “estou doente”. Assim, ele será capaz de checar a sua agenda e rearrumá-la para marcar uma visita ao médico. Ao chegar lá, talvez não seja nem mesmo necessário preencher uma ficha; todo o seu histórico médico já foi passado pelo seu “gêmeo”. Tudo sem quase nenhuma interferência sua.
“Mas e a privacidade?”, você pode perguntar. E você teria razão em perguntar, já que uma grande parte de suas informações seriam entregue a essa inteligência artificial possivelmente controlada por um grande conglomerado de tecnologia que pode fazer mau uso destes dados.
No entanto, Smart é um pouco mais otimista sobre o assunto. “Eu gostaria de ter meus dados financeiros e de saúde em meu próprio cofre na internet, mas este tipo de pensamento vai ser ultrapassado. Você não pode alcançar muitas coisas com controle de seus próprios dados”, afirma ele.
Fonte: Olhar Digital