Você sabe como promover a comunicação inclusiva na sua empresa? Sem dúvidas essa é uma tarefa que exige mudança de hábitos e mentalidades, além de seguir alguns critérios e passos importantes.
Então não adianta uma organização apenas seguir as leis de cotas, contratar pessoas com deficiência e não dar o suporte necessário para que de fato essas pessoas sejam incluídas. É preciso ir além.
Ou seja, há espaço físico suficiente para acolher esses profissionais, condições de trabalho adequadas e trabalho ativo para promover uma troca mais inclusiva.
Mas também deve haver uma cultura de mentalidade e aspectos emocionais que tornem as empresas cada vez mais mais inclusivas nessa questão também.
Portanto a comunicação inclusiva torna-se um fator importante na promoção da inclusão de pessoas com deficiência nas organizações, seja em uma empresa de locação de transformador de energia ou um escritório de advocacia.
Neste artigo você aprenderá tudo sobre o tema, como colocá-lo em prática e a importância dessa comunicação inclusiva dentro de uma empresa.
O que é comunicação inclusiva?
A comunicação inclusiva nada mais é do que a comunicação que abrange toda a diversidade em nossa sociedade, incluindo raça, etnia, deficiência, gênero, orientação sexual, idade e muito mais.
Quando falamos de comunicação inclusiva, não pensamos apenas no que pode ser lido ou ouvido, mas também no que pode ser visto (se estivermos falando de pessoas com deficiência).
Assim a comunicação inclusiva acontece quando todos podem entender a mensagem que está sendo transmitida.
Além disso, esse é um aspecto que inclui principalmente o contexto corporativo. Por exemplo, em uma empresa de análise de produtos alimentícios é preciso algumas linguagens técnicas para que a produção e processos ocorram.
Com isso, a empresa deve obrigatoriamente promover treinamentos e reforços para que todos estejam familiarizados com a linguagem da organização.
Logo, ela é uma linguagem com as seguintes características:
- Linguagem amplamente compreendida;
- Linguagem que não exclui pessoas com baixa escolaridade;
- Não exclui quem não conhece outros idiomas;
- Uso correto da terminologia;
- Traz representação, não estereótipos;
- Fala pela diversidade.
Nesse sentido, seja em uma empresa de equipamentos para laboratório ou qualquer tipo de empresa em que existam linguagens técnicas específicas, é preciso haver treinamentos para que todos dentro da organização estejam incluídos na linguagem usual.
Principais recursos da comunicação acessível
Como vimos, a comunicação acessível é uma forma de comunicação que qualquer pessoa pode entender, independentemente de seu nível de escolaridade, status hierárquico etc.
Ou mesmo, da organização em que trabalha.
Portanto, quem se preocupa com a acessibilidade da comunicação é quem fala de forma clara, coerente, simples e direta. Além disso, para ser considerado acessível o remetente de uma mensagem também deve estar atento aos seguintes fatores:
- Melhor forma de enviar as informações (áudio, texto, vídeo, etc.);
- Abrangência de pessoas;
- Comunicação simples;
- Autoexplicativa.
Não esquecer nenhum desses pontos é fundamental para promover uma comunicação mais inclusiva, e isso não é válido apenas para ambientes corporativos, podendo ser usado em situações informais.
Inclusão por meio da comunicação no Brasil
A inclusão de pessoas com deficiência nas empresas brasileiras começa com a Lei de Cotas (Lei 8.213/91), que afirma:
Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência.
Desde então as empresas tiveram que contratar pessoas com deficiência. No entanto, a inclusão não para por aí.
Em um ambiente digital de uma comercializadora de insumos químicos, por exemplo, todos têm acesso ao conteúdo produzido, pois todas as ferramentas de acessibilidade são utilizadas.
Ou seja, a inclusão por meio da comunicação deve levar em conta todos os formatos e recursos para que a informação seja acessível a todos.
Qual a importância da comunicação inclusiva?
Todos têm o direito de se comunicar, e esse direito é garantido por meio de uma comunicação sem barreiras. Com isso, para que todos se comuniquem é preciso que a mensagem passada também seja entendida.
Nesse sentido, as empresas de todos os setores, como empresas de conserto de ventiladores industriais, de turismo e todos os demais tipos de organizações, devem ir além do que é exigido por lei, como a contratação de PCDs.
Logo, é necessário ter um ambiente adequado para incorporar esses profissionais no dia a dia da organização. Por isso a comunicação sem barreiras é importante para incluir todas as pessoas que pertencem a uma empresa ou grupo social.
Com isso, essas pessoas terão seus direitos básicos garantidos e passarão a se sentir parte de um grupo social. Isso melhora a autoestima e o engajamento de um indivíduo.
Gerar consciência organizacional
Adotar medidas mais inclusivas na empresa é uma forma de aumentar a consciência organizacional dos colaboradores. Desta forma, os líderes devem apoiar a diversidade da equipe e tornar o ambiente dentro da empresa leve e descontraído.
Além disso, é importante mostrar aos funcionários o que a organização faz para contratar pessoas com deficiência e como se comunicar com elas.
Construir equipes mais criativas e produtivas
Com equipes mais diversificadas, as empresas podem oferecer novas experiências aos seus funcionários que melhoram a convivência dos membros da equipe e facilitam a troca de ideias.
Desta forma, as empresas têm o potencial de ter uma equipa mais criativa que pensa “fora da caixa”.
Melhorar a competitividade das empresas no mercado
Os melhores resultados e benefícios podem ser alcançados quando a administração da empresa entende a importância de todos, incluindo as pessoas com deficiência.
De fato a comunicação sem barreiras é boa para a competitividade empresarial e tem o potencial de atrair e reter novos talentos dentro da organização. Além disso, a adoção da acessibilidade na comunicação melhora os negócios no mercado.
Nem todas as empresas estão prontas para quebrar o paradigma em que acreditam. Dessa forma a empresa se diferencia de seus concorrentes no mercado e mostra que se preocupa e respeita os demais, independentemente de sua condição física.
Como colocar em prática a comunicação inclusiva?
Como vimos até agora, é importante que as empresas adotem a comunicação inclusiva para que todos os consumidores e funcionários possam entender a mensagem que está sendo transmitida.
Além disso, as empresas precisam focar em comunicações digitais inclusivas para que os consumidores possam entender o que está sendo dito no ambiente digital, até mesmo de empresas industriais como fábricas de máquinas especiais automação, por exemplo.
Tendo um meio digital, um perfil online ou site e blog, é essencial haver essa inclusão como um todo. Então vejamos o que as organizações devem fazer para colocar em prática a comunicação inclusiva.
Realizar um seminário
Uma das formas de promover a comunicação inclusiva entre as equipes é por meio de workshops. Nesses eventos, os funcionários receberão informações sobre a inclusão da empresa, a forma correta de se comunicar com as pessoas e muito mais.
Dessa forma, os colaboradores terão o conhecimento necessário para evitar o preconceito e a discriminação contra os demais colaboradores, porque a educação é a base da mudança de comportamento.
Inserir debates com pessoas com deficiência
É importante que as empresas criem espaços para que possam falar sobre diversidade e trocar informações. Durante esses momentos de bate-papo, os líderes podem dar voz a diferentes tipos de funcionários e envolvê-los nas discussões.
Se for preciso realizar uma reforma de redutores de velocidade para que os funcionários com deficiência possam dirigir, é preciso pensar e discutir também com todos os colaboradores.
Assim é possível ter um olhar diferenciado sobre o tema e identificar possíveis problemas que os colaboradores enfrentam no dia a dia.
Impedir a cultura do capacitismo
O capacitismo corresponde a discriminação, opressão ou abuso de pessoas com deficiência.
Isso inclui termos depreciativos e incapacidade de entrar em locais públicos ou não incluir adequações nos ambientes, como adequação de máquinas e equipamentos para que pessoas com limitações possam operar.
Além disso, as pessoas com deficiência não devem ser vistas como heróis e guerreiros em suas atividades diárias. Ou seja, a sociedade como um todo deve ver os PCDs como pessoas comuns, não apenas lembrá-los para aniversários ou situações trágicas.
Utilizar legendas de fotos
O Instagram é uma das redes sociais mais populares da atualidade, e seu principal meio de comunicação é por meio de imagens e vídeos. No entanto, essa forma de comunicação pode ser um empecilho para os mais de 6,5 milhões de deficientes visuais no Brasil.
Para incluir esse grupo de pessoas no Instagram, outras redes sociais ou mesmo sites, é necessário descrever as imagens. O texto alternativo é usado para descrever imagens para pessoas com deficiência visual usando leitores de tela.
Para descrevê-lo, os seguintes pontos precisam ser observados:
- Soletrar palavras corretamente;
- Não começar a descrição com “uma imagem de”;
- Fazer uma breve descrição;
- O texto alternativo não deve ser igual ao título.
Além disso, o texto alternativo é um recurso que ajuda o conteúdo do site a ter um melhor posicionamento no Google, por isso deve ser usado corretamente.
Usar libras na empresa
Para que a comunicação inclusiva seja efetiva, ela deve levar em consideração as características de cada indivíduo, portanto é necessário compreender o consumo de vídeo por pessoas com deficiência auditiva.
Existem ferramentas e empresas para ajudá-lo ao longo do caminho. Algumas delas podem não ter recursos suficientes para colocar em prática a comunicação inclusiva, por isso é necessária a contratação de profissionais, como tradutores de libras, intérpretes, etc.
Além disso, é importante tornar a empresa mais acessível por meio de rampas, banheiros para deficientes, sinalização em braille, etc.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.