É mais ou menos como se uma marca de refrigerante dissesse para você consumir menos a bebida que potencialmente pode ser prejudicial à sua saúde. Já pensou? Ou então o padeiro falando para você comer menos pão branco porque… faz mal!
Seguindo o mesmo paradoxo, recentemente, Apple e Google anunciaram ferramentas próprias para ajudar as pessoas a combater o vício em smartphones. É isso mesmo! O Facebook também mudou o feed notícias com o objetivo de diminuir o tempo que as pessoas passam na rede social; e até o Instagram lançou um recurso que avisa quando o usuário já está por dentro de todas as novidades. Todas as gigantes no mesmo barco. Difícil é entender e até “engolir” tal contradição: empresas que vivem da nossa atenção na telinha dizendo para a gente ficar menos tempo no smartphone?!…Será?!
É normal que a gente veja esses anúncios com certa desconfiança. Depois de viciar meio mundo, agora eles resolvem ser “legais” e dizer que vão ajudar a sociedade e controlar o tempo grudado no smartphone? Nossa atenção e até esse vício no celular é o oxigênio da publicidade atual. E é disso que essas empresas vivem. Se nossos telefones e tudo que tem dentro deles são assim tão viciantes, o motivo é um só: o dinheiro dos anúncios.
O que pouca gente sabe é que existe um enorme poder de engenharia por trás de tudo isso. Desde o início dos anos 2000, acadêmicos discutem como aplicativos e plataformas são desenhados para viciar as pessoas e, consequentemente, acabam provocando problemas como ansiedade e até depressão. Tudo é pensado estrategicamente. Tente, por exemplo, fazer qualquer coisa rapidinho no seu telefone… a chance de você ser fisgado por muito mais tempo do que pretendia é grande!
Essas ofertas de ferramentas para controlar quanto tempo o usuário passa em cada um dos seus aplicativos e no próprio smartphone provavelmente não vão impactar o negócio dessas empresas. Senão elas não teriam tal atitude. Especialistas acreditam que, pior, esse tipo de controle pode criar uma ansiedade maior e generalizada na população conectada.
Pelo menos aos olhos de quem entende do assunto, vício não se trata assim! Sim, os controles e mudanças podem até servir como uma constatação e alerta de que está na hora de um detox digital. Mas as novas ferramentas de Apple e Google não devem ir além da conscientização. E, do lado das empresas, agora talvez com certo sentimento de culpa, um respaldo ao responder parte das críticas de que são as grandes vilãs dessa situação.
O brasileiro passa, em média, cinco horas grudado na tela do celular por dia! Antes de uma questão de saúde, o vício em tecnologia já é encarado em diversas parte do mundo. Não subestime o problema… independente das ações dessas gigantes, seja consciente você das consequências!
Fonte: Olhar Digital
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