A Huawei é, hoje, uma máquina de planos B. Ao ser inserida da lista negra do Departamento de Comércio americano e proibida de fazer negócios com fornecedores americanos, a gigante chinesa não parou; ao contrário, tem lançado mão de estratégias, parcerias, investimentos em tecnologia própria e em um discurso que sobra otimismo e, por que não dizer, ousadia.
Em recente entrevista ao jornal alemão de economia Handelsblatt, o presidente da Huawei, Eric Xu, enfatizou o desejo de continuar fazendo negócios com o Google e outras empresas americanas, mas que é necessário “aceitar o fato de que vamos precisar conviver com a pressão dos EUA por muito tempo. Não temos medo porque sempre soubemos que, mais cedo ou mais tarde, haveria uma briga com os EUA. Estamos preparados.”
E essa preparação envolve o seu mais lucrativo mercado externo, a Europa, que receberá em outubro o novo flagship da companhia, o Mate 30, sem o Google Mobile Service. O pacote inclui aplicativos populares como Gmail, Drive, Maps e YouTube, entre outros, além da Play Store.
A autossuficiência está na solução encontrada; Xu citou o HarmonyOS, o sistema operacional próprio da marca, como exemplo de caminho a ser seguido não somente pela Huawei: “Por que a União Europeia não cria seu próprio ecossistema para dispositivos inteligentes? Tanto o Android como o Harmony, por serem de código aberto, fariam parte do ecossistema europeu. Isso resolveria o problema da soberania digital na região.”
Mercado de US$ 60 bilhões que as concorrentes não têm
Lembrando que outras empresas gigantes como Microsoft e Nokia falharam ao desenvolver seu próprio sistemas operacionais, Xu ressaltou que a Huawei tem “uma importante vantagem competitiva que nem a Nokia, a Microsoft ou a Samsung tinham quando falharam: um negócio de smartphones de US$ 60 bilhões. E já construímos com sucesso nosso próprio sistema operacional. Agora, temos que desenvolver um ecossistema no exterior.”
Ele não revelou com quais empresas do continente já travou entendimento. “Espero que tenhamos acertado tudo até o fim deste ano ou o início de 2020”, disse Xu. A Huawei está, atualmente, trabalhando com o governo de Vadimir Putin para usar o Aurora, um sistema operacional 100% russo.
Fonte: TecMundo
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